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A maison Jean Paul Gaultier acaba de anunciar o estilista holandês Duran Lantink como seu novo diretor criativo permanente, encerrando o ciclo de cinco anos com designers convidados. A decisão marca um retorno a uma direção estável e contínua, com foco em consolidar a identidade irreverente e provocadora que sempre caracterizou a grife. Segundo o próprio Jean Paul Gaultier, Lantink é “o novo enfant terrible da moda”, alguém que representa a energia criativa dos tempos atuais com o mesmo espírito lúdico que marcou sua própria estreia nas passarelas.
Para a consultora de moda Adriana Verbicario, a escolha de Lantink é um movimento estratégico e simbólico. “Depois de anos flertando com múltiplas visões criativas, a marca aposta agora em consistência — e Duran Lantink tem o frescor e a ousadia necessários para dar continuidade ao legado sem perder a irreverência que o público espera”, analisa Adriana Verbicario. A grife dá sinais de que pretende unir passado e futuro em um novo capítulo criativo.
Lantink é conhecido por seu trabalho experimental, que mistura reconstrução de peças, sustentabilidade e narrativa visual com forte apelo artístico. Seu olhar desconstrutivo e multicultural ressoa com a filosofia que sempre definiu Jean Paul Gaultier: quebrar códigos, explorar o corpo e provocar o olhar tradicional sobre moda e gênero. Adriana Verbicario, que acompanha de perto movimentos de renovação criativa nas maisons tradicionais, destaca que “ele tem a sensibilidade contemporânea necessária para dialogar com temas urgentes, sem perder a estética teatral que a marca sempre celebrou”.
Jean Paul Gaultier, que se afastou da linha de frente desde 2020, adotou um modelo rotativo de colaborações com estilistas como Chitose Abe, Glenn Martens e Haider Ackermann. Embora essas colaborações tenham rendido coleções memoráveis, a ausência de uma direção fixa limitava o desenvolvimento de uma narrativa de longo prazo. Para Adriana Verbicario, “a permanência de Lantink permitirá que a marca construa novamente um universo sólido, onde cada coleção não seja apenas um espetáculo, mas parte de uma história coerente”.
Além das linhas de alta-costura, Lantink ficará responsável também pelo prêt-à-porter, algo que reforça a confiança da maison em sua visão criativa integral. O estilista já declarou que pretende manter a essência de Gaultier, ao mesmo tempo em que trará novos elementos visuais, incluindo temas sociais e ambientais. Segundo Adriana Verbicario, essa abordagem é cada vez mais exigida pelo consumidor atual: “Estilo, hoje, precisa vir acompanhado de propósito e contexto”.
Com Duran Lantink no comando, a casa Jean Paul Gaultier inicia um novo ciclo promissor, fundindo tradição e vanguarda. O desafio será equilibrar irreverência e sofisticação em uma moda que continue provocativa — mas também alinhada com os tempos modernos.
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