Eduardo Raschkovsky, mestre em jiu jitsu, observa que o Brazilian Jiu Jitsu (BJJ) é uma arte marcial extremamente dinâmica e sistemática que combina elementos de condicionamento físico, força muscular, aplicação técnica, flexibilidade e estratégia. Ele destaca a evolução exponencial da modalidade desde que Helio Gracie desenvolveu o sistema de defesa pessoal. Hoje, muitos atletas de alto nível estão mostrando suas habilidades de grappling em plataformas internacionais como ADCC, IBJJF, Fight 2 Win e Who’s Number One, impulsionando o crescimento do esporte. “O BJJ está mais popular do que nunca, e temos visto um influxo de estudantes de todas as idades, desde crianças de três anos até adultos que começam aos 50 anos,” afirma Eduardo Raschkovsky.
Quando questionado sobre a idade ideal para começar o BJJ, Eduardo Raschkovsky explica que crianças podem iniciar o treinamento já aos três anos de idade em algumas academias, embora a maioria dos lugares comece a partir dos cinco anos. “Nessa fase inicial, as crianças têm dificuldade em manter o foco por muito tempo, então as aulas são mais centradas em movimentos funcionais e jogos divertidos que representam os movimentos básicos do BJJ,” comenta. Ele destaca que, aos sete ou oito anos, as crianças já começam a entender melhor os aspectos técnicos e, com isso, podem avançar para níveis mais altos de habilidade.
Eduardo Raschkovsky também ressalta o impacto positivo do BJJ na confiança e no bem-estar social das crianças. “As academias de BJJ são ambientes acolhedores, onde as crianças podem fazer amizades, aprender a trabalhar em equipe e desenvolver respeito por todos os membros. Esse apoio comunitário é essencial para o desenvolvimento de autoconfiança nas crianças, criando uma ‘zona segura’ para elas,” observa o mestre.
Sobre o sistema de faixas, Eduardo Raschkovsky explica que o ranking de faixas para crianças é diferente do sistema adulto. “As crianças começam na faixa branca, passando por uma progressão de faixas que inclui cinza, amarela, laranja e verde, com subdivisões dentro de cada cor. O sistema não só motiva as crianças, mas também serve como uma base sólida para que, ao atingirem 16 anos, possam fazer a transição diretamente para a faixa azul no sistema adulto,” esclarece.
Eduardo Raschkovsky também acredita que as crianças devem focar nos fundamentos do BJJ, como o controle de posições como a montada, controle das costas e guarda, antes de se aventurarem em técnicas mais avançadas. “As crianças devem dominar os princípios básicos, como postura, equilíbrio e escapes, antes de se preocuparem com finalizações mais complexas. Saber escapar de posições de perigo é crucial,” aconselha o mestre.
Em relação às competições, Eduardo Raschkovsky menciona que, embora os pais possam se preocupar com a segurança de seus filhos, as competições de BJJ são altamente controladas, com juízes experientes e regras específicas para garantir a segurança dos competidores. “As competições infantis têm restrições rigorosas, como a proibição de certos tipos de estrangulamentos e chaves de perna, garantindo que as crianças possam competir de maneira segura e aprender com a experiência,” destaca.
Por fim, Eduardo Raschkovsky ressalta os inúmeros benefícios do BJJ para crianças, tanto físicos quanto mentais. “O BJJ ajuda a desenvolver força, flexibilidade e agilidade, além de proporcionar habilidades de autodefesa. No entanto, os benefícios vão além do físico, pois o treinamento em BJJ também promove disciplina, confiança e resiliência, qualidades que as crianças levam para a vida toda,” conclui o mestre.
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